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Tendências do comércio internacional de bens (abril- junho de 2024)

A Secretaria-Geral da ALADI, com o objetivo de apoiar os atores econômicos da região na tomada de decisões, desenvolve indicadores que descrevem e antecipam o comportamento do comércio intrarregional de seus países-membros desde e para o resto do mundo.

Principais variáveis que influenciam na evolução do comércio internacional de bens dos países-membros da ALADI

O comércio internacional de bens dos países-membros da ALADI é determinado, dentre outros fatores, pela atividade econômica, tanto da região quanto de seus principais sócios comerciais; pelos preços internacionais dos produtos básicos, as tendências dos preços internos e as flutuações das taxas de câmbio.

A seguir, detalham-se as principais mudanças registradas nas variáveis no segundo trimestre de 2024, e as mudanças nas projeções para este ano, elaboradas por organismos internacionais e analistas consultados pelos bancos centrais dos países-membros.

Atividade econômica nos países-membros da ALADI

Apesar de o crescimento projetado em nível global não ter mudado respeito das projeções anteriores do organismo, esta estabilidade reflete variações importantes dentro de diversas regiões do mundo, que têm se compensado entre si. Por exemplo, o maior ritmo de crescimento nas economias avançadas deve-se quase exclusivamente à recuperação econômica, superior ao inicialmente projetado em 2023, da economia dos Estados Unidos, cuja taxa de crescimento atingiria 2,8% em 2024. Porém, o crescimento da Eurozona terá desempenho inferior ao previsto inicialmente, embora superior ao registrado em 2023.

O FMI também confirma menor ritmo de crescimento das economias emergentes da Ásia, que atingiria 5,3% em 2024, com crescimento de 7% da economia indiana, e de 4,8% da chinesa.

Para a América Latina e Caribe, o FMI projeta crescimento de 2,1% em 2024, e de 1,7% para a região ALADI. Embora a região tenha sido resiliente em sua recuperação, o crescimento projetado permanece abaixo da média pré-pandemia e da média mundial. No entanto, a situação econômica da região é diversa, como observado no seguinte gráfico.

Fonte: Secretaria-Geral da ALADI com base nos relatórios das pesquisas de expectativas macroeconômicas realizadas pelos bancos centrais dos países mencionados entre analistas econômicos e do sistema financeiro.

Evolução dos preços internacionais das matérias-primas

No segundo trimestre do ano, os preços internacionais das matérias-primas aumentaram 1,7% em termos reais, em comparação com o mesmo trimestre de 2023. Os preços do gás natural e dos fertilizantes contraíram-se de forma considerável, enquanto os preços do petróleo mostraram recuperação.

Tabela 1. Taxa de variação real dos preços internacionais de matérias-primas selecionadas (em %)
Promedio
Abr.-jun./2024-
Ene.-mar./2023
Promedio
Abr.-jun./2024-
Oct.-dic./2023
Promedio
Abr.-jun./2024–
Abr.-jun./2023
Total4,0 0,5 1,7
Productos agrícolas1,0 3,0 -1,4
Metales preciosos11,514,8 12,1
Metales básicos2,90,8 1,1
Fertilizantes-5,3-9,5 -20,6
Combustibles4,6-3,9 2,4
Alimentos y bebidas1,53,0 -1,7
–Petróleo4,01,6 8,7
–Gas natural14,1-24 -8,0

Fonte: Secretaria-Geral da ALADI com base em dados do Fundo Monetário Internacional e Bureau of Labour Statistics.


Por sua vez, o FMI prevê leve aumento dos preços dos combustíveis para 2024 —0,9% em termos nominais respeito do ano anterior—, e aumento de 2,9% nos preços de outras matérias-primas. Ambas as taxas de crescimento estão muito abaixo do 5,8% previsto como variação mundial dos preços ao consumidor.

Evolução das taxas de câmbio

No segundo trimestre de 2024, as moedas de Colômbia e México se valorizaram em relação ao dólar, no comparativo com o mesmo período do ano anterior. As moedas de Bolívia, Cuba e Uruguai não experimentaram variações, enquanto as moedas do resto dos países se depreciaram em relação ao dólar, como aconteceu também na Zona Euro e na China.

Tabela 2. Variação das taxas de câmbio da moeda nacional em relação ao dólar (em %)
País o regiónPromedio
Abr.-jun./2024-
Ene.-mar./2023
Promedio
Abr.-jun./2024-
Oct.-dic./2023
Promedio
Abr.-jun./2024-
Abr.-jun./2023
Argentina6,2106,2281,7
Bolivia0,00,00,0
Brasil5,15,05,0
Chile-1,14,416,8
Colombia0,1-3,6-11,3
Cuba0,00,00,0
México1,3-1,9-2,7
Paraguay2,51,23,7
Perú-0,5-1,11,1
Uruguay-0,7-2,10,0
Venezuela0,73,341,8
China0,70,23,3
Zona Euro1,00,01,2

Fonte: Secretaria-Geral da ALADI com base em dados do Banco Central de Chile.


Comportamento dos preços ao consumidor

No comparativo com o mesmo período de 2023, no segundo trimestre de 2024 a inflação também mostrou desaceleração na maioria das economias da região ALADI, seguindo a tendência do resto do mundo. O FMI aponta que, embora a inflação tenha diminuido e esteja, na maioria das economias, dentro dos limites das metas estabelecidas pelas autoridades, ainda permanecem pressões inflacionárias.

Tabela 3. Variação anual dos preços ao consumidor (em %)
PaísJunio 2024Diciembre 2023Junio 2023
Argentina271,5211,4115,6
Bolivia3,82,12,7
Brasil4,24,63,2
Chile4,23,97,6
Colombia7,29,312,1
Cuba31,131,345,5
Ecuador1,21,41,7
México5,04,75,1
Panamá0,91,9-0,6
Paraguay4,33,74,2
Perú2,33,26,5
Uruguay5,05,16,0
Venezuela64,9189,8404,4

Fonte: Secretaria-Geral da ALADI com base em dados dos Bancos Centrais e Institutos de Estatísticas dos países-membros.

Exportações de bens dos países-membros da ALADI

O Indicador Oportuno de Exportações Totais de Bens da Aladi, que mede a evolução das vendas em dólares de bens originários dos treze países-membros para o mundo, aumentou 3,2% no trimestre abril-junho de 2024, em comparação com o mesmo trimestre de 2023.

Quando se ajusta o indicador para eliminar as variações associadas a movimentos periódicos ou sazonalizados, observa-se que, no segundo trimestre de 2024, o valor de bens exportados pelos países-membros da Aladi para o mundo aumentou 1,2% em relação com o primeiro trimestre de 2024.

Importações dos países-membros da ALADI

O Indicador Oportuno de Importações Totais de Bens da Aladi, que mede a evolução das compras de bens que realizam os países-membros da ALADI do resto do mundo, diminuiu 0,2% no segundo trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023.

Ao analisar o comportamento do indicador e ao eliminar os fatores sazonais, observa-se aumento de 0,7% nas compras do exterior durante o período abril-junho de 2024, em comparação com o trimestre janeiro-março de 2024.

Por fim, o comportamento dos indicadores oportunos de exportações e importações totais da Aladi vem mostrando uma recuperação que indicaria que, em 2024, os valores exportados e importados poderiam ser superiores aos valores do ano 2023. Isto coincide com as projeções da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL) que, em outubro, estimou que as exportações de bens da América Latina e Caribe aumentariam 4% em 2024, enquanto as importações teriam incremento de 2%.

Comércio intrarregional

Por fim, o Indicador Oportuno de Comércio Intrarregional de Bens da ALADI diminuiu 9,3% no segundo trimestre de 2024, em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Por sua vez, a média do valor comercializado pelos países-membros da ALADI no período abril-junho de 2024 aumentou 2,4%, em comparação com a média do valor comercializado em janeiro-março de 2024, sem considerar fatores sazonais.

Este aumento dessazonalizado sugere uma recuperação no valor comercializado em nível regional que, se continuar nos trimestres seguintes, permitirá mitigar a queda registrada no comércio entre os países-membros, embora não chegue a revertê-la. Nesse sentido, a CEPAL projeta que o comércio intrarregional diminuirá 5% em 2024 com relação ao ano anterior.

Conclusões

  • Crescimento econômico: O FMI mantém projeções de
    crescimento para a economia mundial de 3,2% em 2024, e de 1,7% para a região
    ALADI.
  • Preços reais internacionais das matérias-primas: Aumento de 1,7% interanual no segundo trimestre, liderado pelo petróleo, e queda do gás e dos fertilizantes.
  • Inflação: A inflação na ALADI apresenta desaceleração, mas continuam pressões em algumas economias.
  • Exportações da ALADI para o mundo: Aumento de 3,2% interanual e de 1,2% em termos dessazonalizados. Esse crescimento, que se mantém pelo segundo trimestre consecutivo, é um sinal positivo que poderia decorrer em aumento nas exportações em relação a 2023.
  • Importações da ALADI do resto do mundo: Queda de 0,2% interanual, mas aumento de 0,7% em termos dessazonalizados. A redução das importações parece ter atingido seu ponto mínimo.
  • Comércio intrarregional: Diminuição de 9,3% interanual, embora o ajuste sazonal reflita recuperação de 2,4%. O crescimento do segundo trimestre, se comparado ao primeiro, é um sinal alentador que permitirá moderar a queda acentuada no comércio intra-ALADI em 2024, em relação a 2023.

Dados de gráficas e tabelas

Metodologia e outros documentos