Tendências do comércio internacional de bens (janeiro- março de 2024)

O comércio internacional de bens dos países-membros da ALADI é determinado, dentre outros fatores, pela atividade econômica, tanto da região quanto de seus principais sócios comerciais; pelos preços internacionais dos produtos básicos, as tendências dos preços internos e as flutuações das taxas de câmbio.

Detalham-se abaixo as principais mudanças registradas nas variáveis no primeiro trimestre de 2024, e as mudanças nas projeções para este ano, elaboradas por organismos internacionais e analistas consultados pelos bancos centrais dos países-membros.

Nos últimos meses, o Fundo Monetário Internacional (FMI) em abril e o Banco Mundial em junho revisaram, com tendência para a alta, suas projeções sobre a evolução da atividade econômica mundial para 2024, alavancadas pela melhora nas perspectivas de crescimento dos Estados Unidos e da China. Apesar de apresentar um contexto mais favorável que o previsto no último trimestre de 2023, o crescimento esperado para 2024 posiciona-se, em ambos os casos, no mesmo nível que no ano anterior (segundo o FMI: 3,2% ; segundo o Banco Mundial: 2,6%), isto é, muito abaixo da média histórica pré-pandemia.

Na América Latina e Caribe, segundo os valores do FMI (1,8%), do Banco Mundial (2%) e da CEPAL (2,1%) todos coincidem em que a região irá registrar crescimento menor que no ano passado, menor que a economia mundial e que a média histórica pré-pandemia. Como mostra o gráfico abaixo, a situação na região é heterogênea.

Por sua vez, as estimativas feitas pelos analistas locais, consultados nas enquetes de expectativas econômicas dos bancos centrais dos países-membros da ALADI, são menos otimistas que as apontadas pelos organismos internacionais e que a CEPAL. Nesse sentido, o indicador-resumo elaborado pela Secretaria-Geral da ALADI, baseado nas diversas enquetes de expectativas econômicas, mostra que a região ALADI cresceu 2,1% em 2023 e é previsto que continue a desaceleração em 2024, chegando a um crescimento de 1,3%.

Por sua vez, as estimativas feitas pelos analistas locais, consultados nas enquetes de expectativas econômicas dos bancos centrais dos países-membros da ALADI, são menos otimistas que as apontadas pelos organismos internacionais e que a CEPAL. Nesse sentido, o indicador-resumo elaborado pela Secretaria-Geral da ALADI, baseado nas diversas enquetes de expectativas econômicas, mostra que a região ALADI cresceu 2,1% em 2023 e é previsto que continue a desaceleração em 2024, chegando a um crescimento de 1,3%.

No primeiro trimestre do ano, os preços internacionais das matérias-primas diminuíram 11,3% em termos reais, em comparação com o mesmo trimestre de 2023. Os preços do gás natural, fertilizantes e petróleo foram os que registraram maior queda. Os metais preciosos foram os únicos que conseguiram incrementar seus preços em termos reais durante o período.

O FMI e o Banco Mundial coincidem em que os preços dos combustíveis irão registrar, em 2024, ligeira diminuição em termos nominais, se comparados ao ano passado, por conta do efeito de arrasto da forte queda nos preços do gás natural. Para o resto das matérias-primas, é estimada uma leve diminuição dos preços dos alimentos e dos produtos agrícolas. O Banco Mundial destaca que os preços dos metais básicos não deveriam experimentar queda significativa, já que a demanda vinculada com a mudança das fontes de energia, decorrente da utilização de veículos, bateria, etc., que utilizam metais, poderia reduzir o efeito negativo da queda da demanda, provocada por uma menor atividade no setor da construção na China.

Durante o primeiro trimestre de 2024, os mercados financeiros internacionais mantiveram sua volatilidade devido às tensões geopolíticas e à incerteza sobre a evolução da inflação nas economias dos Estados Unidos e da Europa. A questão é se a desaceleração no ritmo de crescimento dos preços será suficientemente sustentável para que as taxas de juros de referência e, com elas, o custo do crédito, comecem a cair. Ao contrário do Federal Reserve, o Banco Central Europeu já deu o primeiro passo nesse sentido

A situação da economia chinesa é diferente. As autoridades que buscam alavancar o crescimento econômico reduziram a taxa de política monetária, permitindo a expansão do crédito e a desvalorização da moeda em relação ao dólar, aumentando a diferença entre as taxas de juros do dólar e do renminbi. Na maioria dos países membros da ALADI, a desaceleração da inflação levou os bancos centrais (de Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Paraguai, Peru e Uruguai) a reduzir as taxas de política monetária, embora elas permaneçam positivas em termos reais em quase todos os casos.Nos mercados de câmbio, as moedas de Brasil, Colômbia, México, Peru e Uruguai se valorizaram em relação ao dólar, enquanto as de Argentina, Venezuela, Chile e Paraguai se depreciaram, e as de Bolívia e Cuba não apresentaram variação, comparando janeiro-março de 2024 com o mesmo período de 2023.

No período de março de 2023 a março de 2024, os preços ao consumidor desaceleraram significativamente nos Estados Unidos e na Europa. No entanto, o FMI e o Banco Mundial, assim como a maioria dos bancos centrais, observam que a desaceleração é heterogênea e impulsionada por quedas nos preços da energia e dos produtos da China, em vez de serviços, levantando dúvidas sobre a sustentabilidade do recuo da inflação.

Por sua vez, na maioria das economias da região da ALADI, a inflação também desacelerou nos últimos doze meses encerrados em março de 2024.

O Indicador oportuno de exportações totais de bens da Aladi, que mede a evolução das vendas em dólares de bens de seus treze países-membros para o mundo, diminuiu 1,6% no trimestre janeiro-março de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023.

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Quando se ajusta o indicador por flutuações sazonalizadas —isto é, sem levar em conta as oscilações no comportamento do indicador associadas a movimentos periódicos ou sazonais— observa-se que o primeiro trimestre de 2024 não registrou alterações no montante exportado de bens pelos países-membros da Aladi para o mundo, em relação com o quarto trimestre de 2023.

Por sua vez, o Indicador oportuno de importações totais de bens da Aladi, que mostra a evolução das compras de bens que realizam os países-membros da ALADI do resto do mundo, diminuiu 2,4% no quarto trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023.

Ao analisar o comportamento do indicador e ao eliminar os fatores sazonais que distorcem o comparativo, observa-se diminuição de 0,9% nas compras do exterior durante o período janeiro-março de 2024, em comparação com o trimestre outubro-dezembro de 2023.

Por fim, o Indicador oportuno de comércio intrarregional da Aladi revelou diminuição de 9% no primeiro trimestre de 2024, se comparado com o mesmo período de 2023. Por outro lado, a média do valor comercializado pelos países-membros da ALADI durante o primeiro trimestre de 2024 caiu 2,2%, em relação à média do valor comercializado no quarto trimestre do mesmo ano, sem levar em conta fatores sazonalizados.

• Melhoram as projeções de crescimento da economia mundial. porém, continuam abaixo dos níveis pré-pandemia. O FMI e o Banco Mundial estimam crescimentos de 3,3% e de 2,5%, respectivamente, para a economia mundial em 2024.
• Crescimento regional é menor do que o da economia mundial e muito baixo em relação aos valores históricos e aos de 2023. De acordo com o FMI e a CEPAL, em 2024 os países-membros da ALADI crescerão 1,7%; o Banco Mundial estima um crescimento de 1,5% e os analistas locais consultados pelos bancos centrais, de 1,3%.
• Queda dos preços internacionais das matérias-primas. Os preços internacionais das matérias-primas continuaram diminuindo no primeiro trimestre de 2024, caindo 11,3% em termos reais em relação ao mesmo período do ano passado.
• Desaceleração da inflação na região da ALADI. Na maioria das economias da região ALADI, a inflação apresentou desaceleração significativa no período de março de 2023 a março de 2024, o que levou a um recorte nas taxas de juros.
• Comportamento misto do comércio extrarregional de produtos da ALADI. O comércio exterior de bens nos países-membros da ALADI apresentou sinais mistos. Enquanto as exportações aumentaram 1,6% no primeiro trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023, as importações diminuíram 2,4% no mesmo período. Em termos dessazonalizados, os valores exportados pelos países da ALADI estão estagnados, enquanto as importações mostram leve crescimento no primeiro trimestre.
• Contração nos valores do comércio intrarregional. O comércio intrarregional de bens dentro da ALADI apresentou contração acentuada, diminuindo 9% no primeiro trimestre de 2024, em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. A queda não parece ter encontrado seu piso e continuou durante o primeiro trimestre do ano.

• Metodologia de construção dos indicadores oportunos de comércio exterior da ALADI
• Bibliografia
• Listado de bases de dados consultadas