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Tendências do comércio internacional de bens (outubro- dezembro de 2024)

A Secretaria-Geral da ALADI, com o objetivo de apoiar os atores econômicos da região na tomada de decisões, desenvolve indicadores que descrevem e antecipam o comportamento do comércio intrarregional de seus países-membros desde e para o resto do mundo.

Principais variáveis que influenciam na evolução do comércio internacional de bens dos países-membros da ALADI

O comércio internacional de bens entre os países membros da Aladi é influenciado por diversos fatores. Dentre eles, ganham destaque a atividade econômica —tanto a intrarregional quanto a que os países mantêm com seus principais sócios comerciais—, os preços internacionais dos produtos básicos, as tendências dos preços internos e as flutuações nas taxas de câmbio.

A seguir, detalham-se as principais mudanças registradas nas variáveis durante o último trimestre de 2024, e as mudanças nas projeções para o ano 2025, elaboradas por organismos internacionais e analistas consultados pelos bancos centrais dos países-membros.

Atividade econômica nos países-membros da ALADI

No caso da América Latina e do Caribe, a taxa de crescimento estimada para 2024 rondaria 2,4%, ou seja, o mesmo nível de 2023. Essa estimativa contempla um crescimento da produção no Brasil maior do que o previsto no início de 2024, mas que não foi suficiente para compensar a queda da atividade na Argentina e a desaceleração da economia mexicana.

Grafico tasa de crecimiento

No que diz respeito à região ALADI, os analistas consultados pelos bancos centrais dos países membros estimaram que a economia cresceu 2% em 2024, mantendo assim o baixo crescimento do ano anterior. No entanto, essa média regional de 2024 esconde realidades muito diversas: a recessão da economia argentina se aprofundou e a economia mexicana se desacelerou; em contrapartida, a produção de bens e serviços aumentou no Brasil, Chile, Peru e Uruguai.

Grafico tasa de crecimiento

Evolução dos preços internacionais das matérias-primas

No quarto trimestre do ano, os preços internacionais das matérias-primas aumentaram 1,3% em termos reais, em comparação com o trimestre julho-setembro de 2024. Esse aumento foi consequência do incremento dos preços do gás natural devido a fatores climáticos adversos e a problemas na produção de petróleo na Noruega. Por sua vez, as tensões geopolíticas foram as responsáveis pelos elevados preços dos metais preciosos. Ao analisar a média dos preços de 2024 em relação ao ano anterior, observa-se uma queda real em todas as categorias de bens, exceto nos metais preciosos.

Tabla 1

Para 2025, de acordo com as projeções do FMI, o volume do comércio internacional desacelerará e crescerá a uma taxa semelhante à da economia mundial. No entanto, pode haver um aumento nos primeiros meses do ano devido a um incremento no comércio de certos produtos, como resposta a eventuais aumentos nas tarifas de importação. No entanto, o organismo prevê que o impacto dessas mudanças na política comercial será transitório.

Quanto aos preços das matérias-primas, o organismo projeta uma queda de 11,7% nos preços nominais do petróleo, enquanto os preços nominais do resto das matérias-primas aumentarão 2,5%.

Grafico: indice de precios

Evolução das taxas de câmbio

No período outubro-dezembro de 2024, em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, o euro e o renminbi se desvalorizaram em relação ao dólar. O mesmo ocorreu com a maioria das moedas dos países-membros da Aladi, em um contexto no qual uma maior solidez da economia dos Estados Unidos levou a Reserva Federal a reduzir a taxa de juros de forma mais lenta do que o esperado. Essa situação, somada a um aumento da incerteza global, resultou em um endurecimento das condições de financiamento, que se espera persistam durante 2025.

Tabla 2

Comportamento dos preços ao consumidor

A inflação global em 2024 mostrou sinais de desaceleração na maioria das economias avançadas, embora em alguns países tenha havido um leve aumento no quarto trimestre, particularmente devido à alta dos preços dos combustíveis.

Grafico inflacion interanual

Uma situação semelhante é observada ao considerar a região ALADI como um todo. Em 2024, os preços ao consumidor cresceram a um ritmo menor do que a média registrada em 2023. No entanto, essa situação varia significativamente entre os países; em muitos casos, apesar da desaceleração da inflação, ela ainda se mantém acima das metas estabelecidas pelos bancos centrais do Brasil, Chile, Colômbia e Uruguai. Para 2025, espera-se que a inflação continue diminuindo em vários países, aproximando-se gradualmente das metas estabelecidas.

Tabla 3

Exportações de bens dos países-membros da ALADI

Indicador Oportuno de Exportações Totais de Bens da Aladi, que mede a evolução das vendas em dólares de bens originários dos treze países-membros para o mundo, aumentou 4,7% no trimestre outubro-dezembro de 2024, em comparação com o mesmo trimestre de 2023, e 3,4% se comparada a média dos valores do ano 2024 com a de 2023.

Grafico indicador oportuno

Quando se ajusta o indicador para eliminar as variações associadas a fatores sazonais, observa-se que, no quarto trimestre de 2024, o valor de bens exportados pelos países-membros da Aladi para o mundo aumentou 2,2% em relação com o terceiro trimestre de 2024. O aumento reflete um fecho de ano positivo; no entanto, sua sustentabilidade poderia ser afetada pela desaceleração da demanda em mercados-chave e variações nos preços dos produtos devido a fatores geopolíticos e comerciais.

Importações dos países-membros da ALADI

O Indicador Oportuno de Importações Totais de Bens da Aladi, que mede a evolução das compras de bens que realizam os países-membros da Aladi do resto do mundo, aumentou 8,7% no quarto trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023, enquanto a média do ano 2024 superou em 3% a média de 2023.

Grafico indicador oportuno

Ao analisar o indicador ajustado de sazonalidade, observa-se aumento de 2,4% nas importações durante o período outubro-dezembro de 2024, em comparação com o trimestre julho-setembro de 2024. Esse dinamismo nas compras externas poderia se moderar nos próximos meses devido a um crescimento mais lento dos países da região, ao aumento dos custos decorrentes das mudanças nas políticas comerciais ou ao endurecimento das condições financeiras.

Comércio intrarregional

Por fim, o Indicador Oportuno de Comércio Intrarregional de Bens da Aladiaumentou 10,1% no quarto trimestre de 2024, em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. No entanto, esse crescimento trimestral não impediu que o comércio intrarregional encerrasse o ano com uma queda de 1,8%, ao comparar as médias anuais de 2024 e 2023.

Ao considerar a série dessazonalizada, evidencia-se que o comércio intrarregional cresceu 7,7% no período de outubro a dezembro de 2024, em relação ao trimestre de julho a setembro do mesmo ano. Essa recuperação sugere um início de ano de 2025 promissor, embora sua continuidade dependerá da evolução das condições econômicas nos principais mercados intrarregionais e do impacto de eventuais medidas protecionistas em todo o mundo.

Grafico indicador oportuno

Conclusões

  • Crescimento econômico: A região ALADI cresceu 2% em 2024. Foram registrados aumentos na produção de bens e serviços finais no Brasil, Chile, Peru e Uruguai, mas recessão na Argentina e desaceleração no México. Em 2025, espera-se um crescimento similar, com uma recuperação da Argentina (4,5%).
  • Preços de matérias-primas: No quarto trimestre, os preços subiram 1,3%, impulsionados pelo gás natural e os metais preciosos. No entanto, em média, 2024 encerrou com quedas na maioria das matérias-primas em termos reais. Para 2025, o FMI projeta uma queda em termos nominais dos preços do petróleo e uma leve alta no resto das matérias-primas.
  • Inflação: A inflação na Aladi continuou desacelerando em 2024, embora ainda supere as metas no Brasil, Chile, Colômbia e Uruguai.
  • Exportações: As exportações mostraram um crescimento interanual de 4,7% no quarto trimestre, e de 3,4% na média do ano de 2024, em comparação com a média de 2023. Com ajuste de sazonalidade, aumentaram 2,2%, mas com riscos, devido à desaceleração global e ao impacto das tensões geopolíticas e das mudanças nas políticas comerciais.
  • Importações: Las importações subiram 8,7% interanual no quarto trimestre e 3% no ano. Com ajuste de sazonalidade, cresceram 2,4%, refletindo uma recuperação da demanda interna.
  • Comércio intrarregional: O comércio intrarregional cresceu 10,1% no quarto trimestre, mas caiu 1,8% na média anual. Com ajuste de sazonalidade, aumentou 7,7%, um sinal positivo para o desempenho dos primeiros meses de 2025.

Dados de gráficas e tabelas

Metodologia e outros documentos